TRE analisa publicação patrocinada de Camila Jara pedindo voto fora do prazo

Deputada federal Camila Jara (PT) pode perder o mandato e ficar inelegível por oito anos caso o seja condenada pelo TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) por uso indevido dos meios de comunicação social e prática de abuso de poder econômico nas eleições de 2022.

Ela tem cinco dias para responder a ação que tramita na Justiça Eleitoral, conforme determinação do desembargador Julizar Barbosa Trindade, relator do caso. A parlamentar é pré-candidata a prefeita de Campo Grande e tem as redes sociais sua principal aliada na divulgação do mandato .

A investigação foi provocada pelo candidato do PP e atual secretário-adjunto da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Walter Benedito Carneiro Júnior.

Ele entrou com o pedido de investigação no dia 12 de dezembro de 2022. “Foi identificado no relatório da empresa Meta, que é gestor das redes sociais e que tivemos acesso, que a deputada impulsionou pedido de voto no sábado e domingo, sendo que pela legislação era permitido até meia noite, de quinta-feira. É crime eleitoral. O vídeo teve alcance de 2 milhões de pessoas”, explica Walter.

A expectativa é que a deputada seja cassada e consequentemente os votos dela sejam anulados. “Assim anularia uma vaga do PT e o PP faria mais um candidato. Eu sou o primeiro suplente do PP. Queremos que a justiça decida o mais rápido possível”. 

Em nota, a assessoria de imprensa da deputada afirmou que Camila agiu de acordo com a legislação eleitoral e que a parlamentar confia na justiça brasileira.

“A ação judicial sobre suposta propaganda fora do prazo e gastos irregulares, em trâmite no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MS), já teve defesa apresentada por seus advogados com fatos que comprovam a legalidade das propagandas eleitorais no pleito passado. O próprio Ministério Público Federal (MPF), em pareceres apontados nos autos, entendeu que a candidatura da parlamentar petista obedeceu à legislação eleitoral”.

A deputada enfatizou que “os adversários políticos devem respeitar os 54 mil votos e disputar as eleições na opinião pública”.

A nota destaca o fato de Camila ser a única mulher eleita para a bancada de Mato Grosso do Sul na Câmara Federal e uma das mais jovens do Brasil.

“Sua expressiva votação reforça a vontade do povo e a necessidade de haver no parlamento uma representante que defenda os direitos das minorias e lute pela redução de desigualdades e por uma sociedade mais justa”. 

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