Rejeição à aliança de PT e PMDB pode unir seis partidos para enfrentar Delcídio

A possibilidade de PT e PMDB reproduzirem em Mato Grosso do Sul aliança nacional deve mudar o cenário político no Estado e gerar uma nova força política com a aproximação de PSDB, PDT, PSB, DEM, PP e o recém-criado Mobilização Democrática (MD).

Os partidos alegam não ter espaço em uma “dobradinha” do senador Delcídio do Amaral (PT) com o governador André Puccinelli (PMDB) e indicam se abraçar em torno da candidatura ao governo do deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB).

O próprio tucano já avisou concorrer ao governo se Delcídio se unir a Puccinelli. A proposta tem a simpatia declarada do presidente estadual do PDT, João Leite Schimidt, que reprova apoio à “dobradinha” dos tradicionais rivais em Mato Grosso do Sul.

“Se esse pessoal não falar a língua do povo, não fizer projeto que alcance as pessoas, as pessoas não vão embarcar. Não é possível ganhar uma eleição sem estar afinado com o povo e essa afinação eu estou vendo que ainda não existe”, disse Schimidt, fazendo menção ao fato de o eleitor não aceitar a união de tradicionais adversários no Estado.

Diante da rivalidade nacional com o PT, DEM, PSB e o Mobilização Democrática sinalizam também embarcar no projeto da candidatura do PSDB. Prestes a assumir o comando do MD, Athayde Nery não esconde o desejo de reproduzir parceria feita em Campo Grande com Reinaldo na corrida pela sucessão estadual. Ele é um dos principais incentivadores do projeto.

Tradicional aliado do PMDB em Mato Grosso do Sul, o DEM promete abandonar o parceiro no caso de união com o PT. Presidente municipal do partido, o vereador Airton Saraiva tem certeza que a união dos adversários irá resultar na criação de uma nova força política com a união de PSDB, PDT, PSB, DEM, PP e do MD.

Por conta do projeto do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, de enfrentar a presidente Dilma Rousseff (PT), o PSB também será obrigado a se afastar do PT e consequentemente do PMDB, em caso de união de Delcídio e Puccinelli.

O PP, por sua vez, esbarra na rivalidade com o PMDB. Principal liderança do partido no Estado, o prefeito Alcides Bernal frisa ter dificuldade de se unir a Puccinelli diante da disputa acirrada pela Prefeitura de Campo Grande, que foi marcada por ataques pessoais, o que acabou afastando os partidos no Estado.