Nova exclusividade em empréstimos consignados eleva taxa para servidores

Vinícius Squinelo

Os servidores públicos estaduais lidam com uma nova exclusividade na hora de conseguir um empréstimo consignado. Depois de anos no controle do Banco do Brasil, o serviço agora está sendo oferecido somente pelo BMG, que aproveita o momento para aumentar as taxas e reduzir a comissão dos corretores.

O e-consig, sistema online que gerencia os empréstimos consignados, voltou ao ar no dia 15 deste mês, após breve período “offline”, com uma mudança: somente o BMG está apto a realizar o serviço, que antes era disponibilizado também pelo Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander e Banco do Brasil.

A assessoria de imprensa do governo estadual nega o novo monopólio, e defende que seis instituições estão aptas oferecer o consignado. A informação é desmentida por corretores e servidores estaduais.

“Faz mais de semana que só o BMG está com o consignado, e a gente acaba refém do banco, não tem jeito”, afirmou Luis Alexandre Arguilhera, da Crivo Mercantil & Finanças. Ainda segundo ele, como está sozinho no negócio, o BMG aproveitou a oportunidade e aumentou os juros do consignado de 1,71% ao mês para, no mínimo. 1,96%.

Além dos juros mais altos, a instituição reduziu a comissão dos corretores. “Falaram que ia aumentar, mas o que aconteceu foi uma queda de 45% nas comissões”, relatou Oneide Franco, corretora da Duchini. “E só temos um banco para oferecer, não há nem como negociar as taxas”, completou.

Desespero

Uma servidora pública estadual, que preferiu não se identificar, procurou o Midiamax para denunciar a situação. Segundo ela, o BMG não está autorizando a realização de um empréstimo consignado no valor de R$ 2 mil, e como não há outra instituição oferecendo o serviço, ela não sabe o que fazer.

“Preciso de R$ 2 mil para questões de saúde do meu filho e o meu direito de solicitar empréstimo é negado pelo governador do estado o qual eu sirvo”, desabafou, em carta enviada à redação. “Eu já fui em todos os bancos, e todos negaram! Não sei mais o que fazer”, finaliza.

Mais caro

Com o aumento da taxa do BMG, o custo do consignado ficou mais caro para o servidor. No caso de um empréstimo de R$ 2 mil, por exemplo, dividido em 36 vezes, o servidor pagaria parcelas iguais de R$ 74,86 com a taxa antiga (1,71%). Hoje, o valor das parcelas passou para R$ 77,96 iguais com o juros de 1,96% mensais, o que representa uma diferença de R$ 111,70 ao final dos pagamentos.