MS é pioneiro em fraude de energia e chefe do grupo lucrava R$ 12 mil/mês

As fraudes de energia elétrica constatadas pela Polícia, com a utilização de medidores digitais, tornam o Estado “pioneiro” neste tipo de crime segundo a delegada Paula dos Santos, responsável pelas investigações. Até o momento, não houve nenhum registro de fraudes com a utilização deste aparelho em outras cidades do país. E com a “novidade no ramo”, o chefe do grupo disse que lucrava R$ 12 mil mensais.

“Infelizmente é um dado negativo para o nosso Estado, mas não temos registro dessa fraude em outros municípios. A quadrilha se utilizava de equipamentos com alta tecnologia, garantindo aos clientes a queda que varia entre 60% e 80% no consumo. Um dos investigados inclusive estava verificando como fraudar o consumo de água também, para oferecer aos clientes”, afirma a delegada.

Interrogado, após ser levado para a delegacia, na manhã desta quinta-feira (22), em Campo Grande, Joelci Ajala Medina, 44 anos, disse a uma testemunha que lucrava R$ 12 mil mensais. Ele possui uma revenda de celulares em Bonito, a 257 quilômetros da Capital.

“O comércio funcionava, mas acreditamos que somente de fachada para o que realmente era a sua atividade lucrativa. E em Campo Grande, para onde ele se mudou recentemente no intuito de conseguir novos clientes, percebemos que o salão de beleza que ele montou para a sua mulher, estava servindo como um verdadeiro laboratório para ele testar os equipamentos”, explica a delegada.

Os equipamentos que a delegada se referem são de uma empresa que presta serviços para a Enersul (Empresa Concessionária de Energia Elétrica de Mato Grosso do Sul. “Nós vamos iniciar agora uma investigação para saber como essa tecnologias chegaram na mão do grupo. Eles já estavam em posse de um aparelho que ainda iria começar a ser utilizado pela empresa”, comenta a delegada.

Sobre os clientes, a Polícia já efetuou 25 flagrantes, sendo 12 em Corumbá, 5 em Dois Irmãos do Buriti, 2 em Aquidauana, Anastácio, Jardim e Naviraí, além de 1 em Itaporã e Bela Vista. “Entre essas pessoas, de altíssimo padrão, temos médicos, fazendeiros e empresários. Eles responderão pelo furto qualificado, que é um crime inafiançável e cuja pena varia de dois a oito anos de reclusão, sem o direito a fiança”, finaliza a delegada.