Trezentos gramas de carne vermelha semanais, essa é a quantidade limite indicada pelo Inca para evitar o desenvolvimento de doenças. Esta medida é consequência de pesquisas que encontram associações entre o alto consumo de carne vermelha é o desenvolvimento de câncer no intestino. Além disso, o Inca alerta para o elevado teor de gordura deste tipo de carne, que pode colaborar para quadros de sobrepeso e obesidade, fatores de risco para vários outros tipos de câncer.
— O câncer é normalmente causado pela associação de fatores de risco. Reduzir o consumo de carne vermelha é uma medida importante para o controle do câncer assim como fazer atividades físicas, limitar o consumo de bebidas alcoólicas e manter um peso saudável — afirma Maria Eduarda Melo, nutricionista do Instituto Nacional de Câncer.
Para a especialista, a população come mais carne do que precisaria porque existe uma ideia geral de que é ela que fornece força para os músculos e para o corpo. Segundo ela isso faz sentido, mas 3 bifes de 100 gramas cada por semana já cumpririam este papel e o consumo tem sido muito maior. Além disso, Maria Eduarda alerta para as formas de preparo das carnes brancas ou vermelhas.
— A carne cozida é a melhor opção. Mas o importante é evitar fritar ou passar por altas temperaturas. Estes processos produzem substâncias tóxicas para o corpo que podem estimular o desenvolvimento do câncer
As opções das carnes processadas e defumadas, como o presunto, peito de peru, salames, linguiças e salsichas são as piores para o organismo. Segundo ela, os mecanismos de conservação desses alimentos usam muito sódio e outras substâncias químicas que produzem efeitos tóxicos para o corpo.
Segunda-feira sem carne
Momento de mudança de hábitos, de começar a semana com o pé direito e de entrar na linha, a segunda foi o dia escolhido pelo movimento vegetariano para estimular que as pessoas que querem cuidar da saúde experimentem passar 24h sem comer carne. A campanha ‘Segunda-feira sem carne’, que acontece em várias cidades do mundo, é um incentivo ao aumento do consumo de frutas, legumes e verduras na dieta do brasileiro.
— Quem não come carne desenvolve a criatividade na hora de fazer ou de servir a comida. A ideia é que as pessoas experimentem isso pelo menos uma vez por semana e descubram outras maneiras de se alimentar — explica Christiane Costa, coordenadora de Segurança Alimentar e Nutricional do Instituto Pólis, responsável pela campanha no Brasil.
Como substituir a carne vermelha?
Para as especialistas, é possível substitui-la diretamente: o importante é diversificar. Veja os alimentos que você deve incluir ou reforçar na sua dieta ao reduzir o consumo de carne vermelha.
Arroz com feijão
A brasileiríssima combinação do cereal com a leguminosa numa mesma refeição é perfeita para nutrir o organismo de proteína e ferro. A proporção indicada é de duas colheres de arroz para uma de feijão.
Carne branca
Possui em menor quantidade os mesmos nutrientes da carne vermelha como o ferro, zinco, proteínas e vitamina B12. A melhor parte é que a carne branca tem menos gordura e colesterol, quando preparada sem fritura ou alimentos gordurosos. Dê preferência aos peixes que são ainda mais saudáveis.
Folhas verdes escuras
São fonte privilegiada de ferro e ricas em antioxidantes, ótimos na prevenção do desenvolvimento do câncer. Invista em rúcula, couve e espinafre.
Leguminosas
Soja, grão de bico, ervilha, lentilha e feijão compõem este grupo de alimentos que contém proteínas, alto teor de ferro, vitaminas do tipo B e fibras.
Leite e derivados
São ótimas fontes de proteína de origem animal, mas não fornecem o ferro.
Ovo
Fornece proteínas, vitaminas e minerais e também é fonte de ômegas 3 e 6, que auxiliam no controle do colesterol.
Fotos: Simone Marinho
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