Líbano: explosões deixam mortos e feridos em Beirute

Pelo menos duas fortes explosões sucessivas sacudiram, nesta terça-feira (4), a região portuária de Beirute, deixando mortos e feridos. A origem das deflagrações, que cobriram a capital libanesa de fumaça, ainda não foi identificada. Uma reunião de urgência foi convocada pelo governo, que decretou um dia de luto nacional no país.

A primeira explosão foi registrada logo após as 18h pelo horário local e foi ouvida em vários bairros da cidade. Janelas e vitrines de muitos prédios e lojas quebraram nos arredores.

A força da deflagração provocou uma onda gigante na região do porto. Segundo testemunhas, as explosões foram ouvidas até a cidade costeira de Larnaca, no Chipre, a pouco mais de 200 km da costa libanesa.

Georges Kettaneh, presidente da Cruz Vermelha Libanesa, se referiu a “centenas de feridos” em um comunicado na televisão libanesa LBC. “Estamos sobrecarregados pelos telefonemas”, disse ele.

A área portuária foi isolada pelas forças de segurança, que só permitem a passagem de agentes da defesa civil, ambulâncias e caminhões de bombeiros. A mídia local transmitiu imagens de pessoas presas em escombros, algumas cobertas de sangue.

Segundo informações preliminares da imprensa local, as explosões resultaram de um incidente no porto de Beirute, perto de hangares que estocam materiais explosivos. Mas as circunstâncias e os detalhes do incidente permanecem desconhecidos.

“Aparentemente há um armazém contendo materiais confiscados há anos, e parece que eram materiais muito explosivos”, disse o diretor geral da Segurança Geral Abbas Ibrahim, questionado por jornalistas na área. “Os serviços responsáveis estão realizando a investigação, e dirão qual é a natureza do incidente”, acrescentou.

País em crise

O presidente libanês, Michel Aoun, convocou uma “reunião de urgência” do Conselho superior de Defesa. Já o primeiro ministro Hassan Diab declarou que a quarta-feira (5) será um dia nacional de luto “pelas vítimas da explosão do porto de Beirute”.

O Líbano atravessa sua pior crise econômica em décadas, marcada por depreciação monetária sem precedentes, hiperinflação, demissões em massa e restrições bancárias drásticas, que alimentam há vários meses o descontentamento social.

O governo dos Estados Unidos diz que acompanha a situação no Líbano e o Departamento de Estado norte-americano declarou estar pronto para a assistência necessária aos libaneses.