Governo Federal lança pacote de crédito para incentivo na produção do álcool

Cenário desanimador para quem depende somente do álcool para se locomover
 
 

Foto: Reprodução TV MS RecordAltas constantes do produto e redução da demanda já influenciam até mesmo na configuração dos postos

 
 
 
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Abastecer o carro, ultimamente, está cada vez mais caro. Quando é preciso ir ao posto de combustível, já sabe que o orçamento ficará mais apertado. Dificuldade para quem abastece com gasolina ou álcool. Se tratando de álcool, para incentivar essa produção, o Governo Federal lançou um pacote de crédito para evitar a escassez do produto nos próximos meses, mas a tão esperada redução de valor, nas bombas, não deve acontecer, pelo menos, por enquanto.

Há dois anos o policial aposentado, Manoel Silvestre Nunes, desistiu de ter um carro flex por conta das altas constantes do etanol. “O álcool foi um desastre, para mim inclusive que tenho propriedades no estado de São Paulo, eu ia plantar cana-de-açúcar, mas não vi mais perspectiva nesse sentido”, diz Manoel.

Para quem possui um automóvel movido exclusivamente à álcool então, a situação é ainda mais dramática. As altas constantes do produto e a redução da demanda já influenciam até mesmo na configuração dos postos. Em um posto por exemplo, em que o álcool já representou de 35% a 45% das vendas, hoje, não passa de 15%, e o posto que já contou com duas bombas do combustível, hoje tem apenas uma. 

No mês passado, o preço do etanol sofreu aumento médio de 2,18%, chegando a alguns estados do país a casa dos R$ 2,41 por litro. Para evitar que a alta do etanol seja ainda maior nos próximos meses, por conta do período de entressafra, que diminui a produção de cana de açúcar, o governo lançou nesta terça-feira (23) um pacote de crédito tributário para o setor produtivo de R$ 1 bilhão, que poderá ser abatido do valor devido ao Programa de Integração Social e Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (Pis/Cofins).

A medida tem como prioridade manter os níveis de produção da indústria e não conseguir a redução dos preços do combustível. É o que explica a economista Adriana Ferreira. “A ideia é incentivar a produção de tal modo, que tenha um aumento e fique muito mais confortável para o setor empresarial dessa atividade econômica equilibrar essa balança”, diz a economista.

Com a medida, uma eventual baixa do etanol pode até acontecer, mas é pouco provável. “A gente tem que esperar um pouco até essa medida chegar, temos a questão desses incentivos ao setor, mas não vai chegar imediatamente para o consumidor vamos ter que aguardar mais um pouco até porque a mídia é bem recente”, explica Adriana.

Cenário desanimador para quem depende somente do álcool para se locomover. “É necessário que ele fique em um preço aceitável para a população, porque isso pesa no bolso de quem tem um automóvel, porque fica muito caro abastecer com o álcool”, diz o vendedor Samuel Barbosa Marques. (Com colaboração Silvio Ferreira, TV MS Record)