Fusca é transformado em conversível e família sonha em regularizar o carro

Apaixonado por carro antigo, Francisco Machado, natural de Cruzeiro do Sul, estudou mecânica no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Acre. Em 2010, comprou um fusca 1984 e transformou em um conversível. Mas, Francisco faleceu em 2011, vítima de um AVC, aos 51 anos. Agora os irmãos Crispim e Ismael Machado sonham em regularizar o veículo.

“O carro ficou com a gente de herança. É a lembrança mais viva e presente que a gente tem dele. E ninguém vende nem troca. É inegociável”, diz Ismael. Segundo ele, Francisco fez a maior parte do trabalho sozinho.  “Ele conhecia de engenharia elétrica e de mecânica. Tinha conhecimento empírico. Mas foi o Senai que deu toda a base para ele”, relembra.

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Fusca conversível (Foto: Crispim Machado/ Arquivo pessoal)Sobrinha de Francisco chegou ao aniversário de 15
anos no fusca para homenagear o tio
(Foto: Crispim Machado/ Arquivo pessoal)

Embora as características originais tenham sido mantidas, algumas adaptações foram feitas  para transformar o fusca em um carro único. As modificações custaram aproximadamente R$ 10 mil. Francisco trocou as rodas, mandou cortar o teto e deixou o carro com apenas dois lugares, diminuindo 60 centímetros do comprimento.

“Inicialmente a ideia era dar o carro de presente para a filha dele. Ele diminuiu o carro porque tinha medo que ela andasse com muita gente dentro do veículo”, conta Crispim.

No aniversário de 15 anos da filha de Crispim, Laryssa Machado, em 31 de julho de 2012,  a família fez uma homenagem a Francisco. “Ela entrou no buffet da festa de debutante ao meu lado dentro do fusquinha. Foi uma forma de homenagear Mas os irmãos Machado não podem andar com o fusca normalmente pelas ruas. Por ter passado por modificações, o carro precisa ser regularizado. Ao procurar o Detran/AC, eles desanimaram. “Lá fomos informados que o carro tem que passar por uma perícia para receber um laudo por uma empresa de fora. Mas infelizmente a gente não está em condições de mandar esse veículo para lá”, lamenta.

Eudivon Montefusco, técnico do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) no Acre explica que o veículo que passou por um procedimento de transformação precisa ter o  Certificado de Adequação ao Trânsito (CAT) para ser regularizado. “Um engenheiro mecânico faz o laudo e homologa junto ao Inmetro. Então é expedido o CAT e alterado o cadastro do veículo”, explica.

Ainda segundo Eudivon, este procedimento só poder ser realizado em Campinas, São Paulo, e no Paraná. “Poucas empresas possuem o selo do Inmetro para fornecer este certificado. A família Machado teria que se deslocar com este veículo para obter”, diz.