Escritora canadense Alice Munro vence Prêmio Nobel

A escritora canadense Alice Munro foi anunciada hoje a vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2013.

 

Aos 82 anos, ela foi saudada pela Academia Sueca como “mestre contemporânea do conto”.

O nome dela foi recebido com sorrisos, mas sem empolgação, na sala de imprensa de Frankfurt, onde jornalistas de vários países esperavam o anúncio do prêmio, olhando para um telão.

 

No Brasil, Alice Munro tem quatro livros publicados: “Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento” (2004), pela Editora Globo, “A Fugitiva” (2006), “Felicidade Demais” (2010) e “O Amor de uma Boa Mulher” (2013), todos editados pela Companhia das Letras.

 

Em julho, a contista havia anunciado que se aposentaria.

 

Segundo Luiz Schwarcz, editor da Companhia das Letras, sua última obra, “Dear Life”, com quatro histórias autobiográficas, já está traduzida, pronta para ser publicada.

 

Nascida em Wingham, Munro publicou 14 livros e já tinha prêmios internacionais de prestígio, como o Man Booker Prize de 2009.

 

Desde sua criação, em 1901, 106 prêmios Nobel de Literatura foram entregues, apenas 13 para mulheres.

 

Nascida em 10 de julho de 1931, em Wingham, Munro já revelou que desde os 14 anos soube com certeza que queria ser escritora. “Mas, naquela época, você não saía anunciando uma coisa dessas”, disse recentemente. “Você não chamava a atenção. Talvez fosse por ser canadense, talvez por ser mulher. Talvez ambos.”

 

A cidadezinha onde nasceu e foi criada e a região rural ao redor do condado de Huron fazem parte do mundo da ficção de Munro: comunidades isoladas onde a ambição é malvista -especialmente nas mulheres-, onde os desejos são mantidos em segredo e onde todo mundo sabe, ou pensa que sabe, da vida dos outros.

 

Ela ficou conhecida por sua reclusão e aversão à publicidade. Sua obra foi produzida enquanto criava três filhas e ajudava seu primeiro marido, James Munro, a dirigir uma livraria.

 

Ela persistiu no ofício apesar de não ter muito reconhecimento no início. Sua primeira coletânea foi publicada somente em 1968.

 

Ela começou a conquistar reputação com seu quinto e seu sexto livro, “The Moons of Jupiter” (1982) [As luas de Júpiter] e “The Progress of Love” (1986) [O progresso do amor]. Lentamente, então, ela ascendeu ao que a escritora Margaret Atwood chamou de “santidade literária internacional”.

Em 2009 Munro revelou que se submeteu a uma cirurgia de ponte de safena e foi tratada de câncer. Em abril deste ano, enfrentou a morte de seu segundo marido, Gerald Fremlin. Ela mora atualmente em um chalé do século 19, onde Fremlin foi criado. 

 

Nos últimos anos, Munro afirmou diversas vezes que se aposentaria dos livros por “não ter mais energia”.

 

13 mulheres desde 1901

 

A primeira premiação do Nobel de Literatura ocorreu em 1901. Desde então, apenas 13 mulheres foram contempladas.