Dois deputados de MS estão em ‘listão’ com mais 78 em inquérito de relator da Lava Jato

Os deputados federais Vander Loubet (PT) e Zeca do PT (PT) estão no ‘listão’ de nomes que serão investigados pela Procuradoria Geral da República (PGR) por autorização do Ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na chamada “lista do Janot”, estão ainda mais 40 deputados federais, 29 senadores e 9 ministros, de acordo com divulgação do jornal o Estado de São Paulo.

 

Entre os alvos dos novos inquéritos, segundo o site da publicação, estão os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

O teor das decisões de Fachin não foi divulgado oficialmente. O texto da reportagem informa que o jornal teve acesso a despachos do ministro, assinados eletronicamente no último dia 4.

Os pedidos de investigação apresentados em 14 de março ao Supremo pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se basearam nos depoimentos de 40 dos 78 delatores da Odebrecht, segundo informou o jornal.

De acordo com o site da publicação, Fachin autorizou a retirada do sigilo das 83 investigações que ele mandou abrir a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A chamada “lista do Janot” contém 83 pedidos de abertura de inquérito, 211 pedidos de remessa de trechos das delações que citam pessoas sem foro no STF para outras instâncias da Justiça, 7 pedidos de arquivamento e 19 outras providências.

Segundo o jornal, o relator da Lava Jato também autorizou a investigação, no próprio STF, de um ministro do Tribunal de Contas da União, de três governadores e de 24 outros políticos e autoridades que, embora não tenham foro no tribunal, estão relacionados aos fatos narrados pelos colaboradores.

Os deputados

Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, o deputado federal Zeca do PT afirmou que “ficou surpreso” com a citação do seu nome na “lista de Janot”.

Ele cita que nunca recebeu doação da empresa citada e que nunca teve relação alguma, pessoal ou política com o grupo Odebrecht.

Veja a nota na íntegra:

*O deputado federal Zeca do PT, ficou surpreso com a citação do seu nome na suposta lista de inquéritos abertos pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin para apurar irregularidades delatas pelos executivos e ex-executivos do grupo Odebrecht, divulgada nesta terça-feira (11) pelo jornal O Estado de São Paulo.

*O deputado afirma que nunca recebeu doação da empresa citada e que nunca teve relação alguma, pessoal ou política com o grupo Odebrecht.

*O deputado Zeca do PT ressalta, que esteve afastado da política desde seu último mandato de governador, que foi encerrado 2006, sendo candidato ao governo novamente em 2010 e em 2012, quando se tornou vereador de Campo Grande, depois sendo eleito deputado federal em 2014.

Desde já, o deputado afirma que está com sua consciência tranquila, e aguardará a citação oficial do Supremo Tribunal Federal para se informar sobre o processo.

O Dourados News tentou contato também para esclarecimentos junto a assessoria do deputado federal Vander Loubet e obteve a informação que haveria um retorno em breve, no entanto, até a publicação desta reportagem, o mesmo não aconteceu.

Posicionamento do deputado federal Vander Loubet

O Dourados News buscou contato com a assessoria do deputado federal Vander Loubet para mais esclarecimentos sobre o assunto e foi informada por meio de nota que o parlamentar vai aguardar a manifestação do STF para se pronunciar.

Na divulgação há ênfase sobre “prestações de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral”.

Veja a nota na íntegra:

O deputado federal Vander Loubet informa que vai aguardar a manifestação oficial do Supremo Tribunal Federal (STF) para se pronunciar acerca da informação de abertura de inquérito apontada na matéria do jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira (11), tendo em vista que não teve acesso ao teor das acusações. Por conta do tema, o parlamentar reforça que todas as contribuições recebidas em campanha eleitoral foram devidamente oficializadas em prestações de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Aécio, Jucá e Renan

A reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” informa que os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Romero Jucá (PMDB-RR) são os alvos da “lista do Janot” com maior número de inquéritos abertos: 5 cada. Aécio é presidente nacional do PSDB. Jucá, além de presidir o PMDB, é o líder do governo Michel Temer no Senado.

Na sequência do ranking, vem o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que é alvo de 4 inquéritos do pacote de investigações solicitado pelo chefe do Ministério Público ao STF.

Governo Temer

Dos 28 ministros do governo Michel Temer, nove serão investigados no Supremo Tribunal Federal por ordem de Edson Fachin, afirma o jornal.

Janot pediu ao STF para investigar os ministros Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil; Moreira Franco (PMDB), da Secretaria-Geral da Presidência; Gilberto Kassab (PSD), da Ciência e Tecnologia; Helder Barbalho (PMDB), da Integração Nacional; Aloysio Nunes (PSDB), das Relações Exteriores; Blairo Maggi (PP), da Agricultura; Bruno Araújo (PSDB), das Cidades; Roberto Freire (PPS), da Cultura; e Marcos Pereira (PRB), da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

De acordo com o “Estadão”, Padilha e Kassab serão alvo de dois inquéritos abertos na Corte para apurar as denúncias dos delatores da Odebrecht.

A reportagem ressalta que Michel Temer é citado nos pedidos de abertura de dois inquéritos, mas, em razão da “imunidade temporária” que ele possui como presidente da República, a PGR não o incluiu na “lista do Janot”.

No período em que estiver no comando do Palácio do Planalto, Temer não poderá ser investigado por crimes que não tenham relação com o exercício do mandato.

A lista

A lista dos investigados, segundo o jornal, é a seguinte:

MINISTROS (9)

PMDB (3)

Ministro da Casa Civil Eliseu Lemos Padilha (PMDB)

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Wellington Moreira Franco (PMDB)

Ministro de Estado da Integração Nacional, Helder Barbalho (PMDB)

PSDB (2)

Ministro das Cidades Bruno Cavalcanti de Araújo (PSDB)

Ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB)

PPS (1)

Ministro da Cultura Roberto Freire (PPS)

PRB (1)

Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Marcos Antônio Pereira (PRB)

PP (1)

Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Blairo Borges Maggi (PP)

PSD (1)

Ministro da Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab (PSD)

SENADORES (29)

PMDB (9)

Romero Jucá Filho (PMDB-RR)

Renan Calheiros (PMDB-AL)

Edison Lobão (PMDB-MA)

Kátia Regina de Abreu (PMDB-TO)

Eunício Oliveira (PMDB-CE)

Eduardo Braga (PMDB-AM)

Valdir Raupp (PMDB-RO)

Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)

Marta Suplicy (PMDB-SP)

PSDB (7)

Aécio Neves (PSDB-MG)

Antônio Anastasia (PSDB-MG)

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

Dalírio José Beber (PSDB-SC)

José Serra (PSDB-SP)

Eduardo Amorim (PSDB-SE)

Ricardo Ferraço (PSDB-ES)

PT (4)

Paulo Rocha (PT-PA)

Humberto Sérgio Costa Lima (PT-PE)

Jorge Viana (PT-AC)

Lindbergh Farias (PT-RJ)

PSB (2)

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)

Lidice da Mata (PSB-BA)

DEM (2)

José Agripino Maia (DEM-RN)

Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

PP (2)

Ciro Nogueira (PP-PI)

Ivo Cassol (PP-RO)

PC do B (1)

Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)

PTC (1)

Fernando Afonso Collor de Mello (PTC-AL)

PSD (1)

Omar Aziz (PSD-AM)

DEPUTADOS FEDERAIS (42)

PT (11)

Marco Maia (PT-RS)

Carlos Zarattini (PT-SP)

Nelson Pellegrino (PT-BA)

Maria do Rosário (PT-RS)

Vicente “Vicentinho” Paulo da Silva (PT-SP)

Vander Loubet (PT-MS)

Zeca Dirceu (PT-SP)

Zeca do PT (PT-MS)

Vicente Cândido (PT-SP)

Décio Lima (PT-SC)

Arlindo Chinaglia (PT-SP)

PP (5)

Mário Negromonte Jr. (PP-BA)

Paulo Henrique Lustosa (PP-CE)

Cacá Leão (PP-BA)

Dimas Fabiano Toledo (PP-MG)

Júlio Lopes (PP-RJ)

DEM (5)

Rodrigo Maia (DEM-RM), presidente da Câmara

José Carlos Aleluia (DEM-BA)

Felipe Maia (DEM-RN)

Ônix Lorenzoni (DEM-RS)

Rodrigo Garcia (DEM-SP)

PMDB (4)

Jarbas de Andrade Vasconcelos (PMDB-PE)

Pedro Paulo (PMDB-RJ)

Lúcio Vieira Lima (PDMB-BA)

Daniel Vilela (PMDB-GO)

PSDB (4)

Jutahy Júnior (PSDB-BA)

Yeda Crusius (PSDB-RS)

João Paulo Papa (PSDB-SP)

Betinho Gomes (PSDB-PE)

PR (3)

João Carlos Bacelar (PR-BA)

Milton Monti (PR-SP)

Alfredo Nascimento (PR-AM)

PRB (2)

Celso Russomano (PRB-SP)

Beto Mansur (PRB-SP)

PSB (2)

José Reinaldo (PSB-MA), por fatos de quando era governador do Maranhão

Heráclito Fortes (PSB-PI)

PSD (2)

Antônio Brito (PSD-BA)

Fábio Faria (PSD-RN)

PC do B (1)

Daniel Almeida (PCdoB-BA)

PTB (1)

Paes Landim (PTB-PI)

PPS (1)

Arthur Oliveira Maia (PPS-BA)

SD (1)

Paulinho da Força (SD-SP)

Ministros do TCU (1)

Vital do Rêgo Filho

SEM FORO NO STF (27)

Governadores (3)

Governador do Estado do Rio Grande do Norte Robinson Faria (PSD)

Governador do Estado do Acre Tião Viana (PT)

Governador do Estado de Alagoas, Renan Filho (PMDB)

Outros (24)

Prefeita Municipal de Mossoró/RN Rosalba Ciarlini (PP), ex-governadora do Estado

Valdemar da Costa Neto (PR)

Luís Alberto Maguito Vilela, ex-Senador da República e Prefeito Municipal de Aparecida de Goiânia entre os anos de 2012 e 2014

Edvaldo Pereira de Brito, então candidato ao cargo de senador pela Bahia nas eleições 2010

Oswaldo Borges da Costa, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais/Codemig

Cândido Vaccarezza (ex-deputado federal PT)

Guido Mantega (ex-ministro)

César Maia (DEM), vereador e ex-prefeito do Rio de Janeiro e ex-deputado federal

Paulo Bernardo da Silva, então ministro de Estado

Eduardo Paes (PMDB), ex-prefeito do Rio de Janeiro

José Dirceu

Deputada Estadual em Santa Catarina Ana Paula Lima (PT-SC)

Márcio Toledo, arrecadador das campanhas da senadora Suplicy

Napoleão Bernardes, Prefeito Municipal de Blumenau/SC

João Carlos Gonçalves Ribeiro, que então era secretário de Planejamento do Estado de Rondônia

advogado Ulisses César Martins de Sousa, à época Procurador-Geral do Estado do Maranhão

Rodrigo de Holanda Menezes Jucá, então candidato a vice-governador de Roraima, filho de Romero Jucá

Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Aécio

Eron Bezerra, marido da senadora Grazziotin

Moisés Pinto Gomes, marido da senadora Kátia Abreu, em nome de quem teria recebido os recursos

Humberto Kasper

Marco Arildo Prates da Cunha

Vado da Famárcia, ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho

José Feliciano

 

Gizele Almeida