Devotos de São Jorge aproveitam a data para reforçar o orçamento

Milhares de fiéis foram à Igreja de São Jorge na manhã desta terça-feira (23), no Centro do Rio de Janeiro, por volta de 8h. Quando a missa campal começou, a fila dava volta no quarteirão da Avenida presidente Vargas. Segundo a Guarda  Municipal, às 9h havia 4 mil pessoas.

O cortador de tecidos José Luís, de 47 anos, chegou por volta das 6h para tentar entrar na igreja. Em torno de 8h20, ele ainda estava na esquina da Presidente Vargas com a Praça da República, e a fé, contudo, permanecia inabalável.

“Eu vim para agradecer e também para pedir. Vim pedir pelos meus pais que não estão bem e também saúde, um emprego melhor e quem sabe um casamento? Se ele vai atender eu não sei, mas vim pedir”, contou, guardando consigo um buquê de flores para o altar do santo.

Houve quem exercitasse a fé, reforçando o orçamento da família. Luciana Pires, que comercializa flores no dia de São Jorge há dez anos, contou que vendeu cerca de 600 flores só nas primeiras horas. Cada rosa custa R$ 2.O gerente comercial, Maurício Tavares, de 27 anos, vem há quatro anos vender camisas de São Jorge, apesar de não ser devoto do santo.

“Só fabricamos essas camisas nessa época do ano. Não sou devoto, mas o patrão manda vender, vamos vender. Só pela manhã vendi umas 40 camisas”, contou o vendedor. As camisas estão sendo vendidas por R$ 30 com manga e R$ 25 sem manga.

A missa da família, também no Centro do Rio, está marcada para às 10h. Ao longo do dia, outras missas serão celebradas na igreja. Às 12h, será celebrada a missa de ação de graças, às 15h, a missa pela cura e libertação. E para encerrar a celebração ao santo, às 18h acontecerá a Missa pela Paz.

Mistura religiosa
O pai de santo, Alex de Logum Edé, de 34 anos, veio de Salvador para distribuir passes e axé na festa de São Jorge. Na umbanda, São Jorge é representado pelo orixá Ogum.

“Sou pai de santo há 20 anos e todos os anos a gente vem para o Rio, em todas as festas de santo, como São Jorge, Santa Bárbara. Os passes são gratuitos, mas quem quiser dar uma contribuição é muito bem vindo”, contou Alex.