Desfile terá vestidos de noiva "ecológicos" feitos até com folhas secas de ipê

Vestido de noiva feito com canudinhos, colheres ou folhas de ipês. Qual você acha mais criativo – ou “estranho”? Os três são alguns dos 12 modelos que vão entrar na passarela neste sábado (25), às 19h, na praça de eventos do Norte Sul Plaza, em Campo Grande.

O desfile – ousado, criativo e ecologicamente correto – abre a Primeira Temporada de Moda do curso de tecnologia em design de moda da Anhanguera-Uniderp. A iniciativa envolve estudantes do primeiro e do terceiro semestres.

De acordo com a coordenadora do curso, Carolina Debus, de 32 anos, está será a primeira vez que os alunos vão apresentar os trabalhos publicamente. As peças foram produzias como avaliação para a disciplina de produção de moda.

“Eles estão utilizando papéis, folhas, colher de plástico, sacolinhas, canudinhos… tudo material sustentável”, disse. Há, segundo a coordendora, “alguns modelos bem específicos”.

A aluna que utilizou as folhas dos ipês, por exemplo, não retirou nada da árvore. Pegou o que havia caído no chão, desidratou e tingiu o material, que ficou mais claro. Outra fez um vestido de “escamas” utilizando pontas de colheres descartáveis.

“Pensa no sofrimento para fazer esse vestido. A gente tinha que fazer algo sustentável ou reciclável e eu sempre gostei de trabalhar com o material natural”, contou a acadêmica responsável pelo projeto do ipê, Maria Madalena da Silva Solano, de 46 anos, que faz dupla com a amiga, Eloísa Martins, de 41.

Levou dias para por a ideia em prática. Só para desidratar as cerca de 800 folhas, restos de uma poda feita no quintal da mãe, Madalena levou aproximadamente 2 meses.

Desbotar a planta para dar a “cor de palha” ao vestido exigiu paciência e, claro, muito trabalho. “Cozinhamos as folhas durante três horas em soda cáustica. Depois tem fazer a troca de água… São umas cinco na verdade”, contou.

Sem saber o porquê de não ter tido resultado no fogão a gás, a acadêmica conta que teve de recorrer ao fogão à lenha. “No outro a folha não soltava a clorofila”, contou.