Cassems comenta má distribuição de médicos no país

Faltam médicos no país? Este é um questionamento bastante presente na mídia e entre a população. Hoje, o Brasil possui 400 mil médicos, sendo dois médicos para cada 1.000 habitantes. Estas e outras informações estão no volume II da pesquisa “Demografia Médica do Brasil – Cenários e indicadores de distribuição”, estudo feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
 
O que ocorre, segundo a pesquisa, não é a falta de médico e sim, a má distribuição destes profissionais. Conforme projeções mostradas na pesquisa, os Estados habitados por população com maior renda continuarão com a melhor densidade de médicos e, aqueles com segmentos populacionais de menor rendimento, com a pior. As áreas com melhores indicadores socioeconômicos possuem o maior número de médicos, como também o maior número de especialistas. A situação é menos favorável nos pequenos municípios do interior do Estado.
 
Ainda segundo a pesquisa, a concentração dos médicos acompanha a existência de serviços de saúde e de outros profissionais, principalmente de dentistas e enfermeiros. A configuração das estruturas e dos equipamentos de saúde, o atrativo das condições coletivas de exercício profissional, a oferta de emprego e renda e, a qualidade de vida, são fatores que favorecem a instalação dos médicos nos grandes centros.
 
Profissionais suficientes
 
Em entrevista concedida para a Agência Brasil, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz D’Ávila, disse que o país conta com um número de médicos suficiente para atender a demanda e cobrou do governo federal a criação de um plano de carreira capaz de atrair profissionais para áreas de menor cobertura, como no interior do país.
 
“A desigualdade na distribuição dos profissionais somente será resolvida com um conjunto de medidas, como o maior financiamento público da saúde, combate a precarização do trabalho médico e estrutura adequada para o exercício da medicina”, afirmou. O diretor executivo do jornal Medicina, Desiré Carlos Calegari, concorda com o presidente do CRM: “Os dados apresentados pelo Conselho Federal de Medicina e Cremesp colocam em foco o debate sobre a ausência de políticas públicas que contemplem a assistência e o trabalho médico de forma estruturada”.
 
Cassems busca soluções
 
Diante deste panorama, a CASSEMS (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul) tem buscado meios de driblar esta situação e acredita que conhecer as diferenças e necessidades de cada região é o primeiro passo para a compreensão da carência de profissionais. “Temos o hábito de realizar essas reuniões trimestralmente para avaliar o desempenho dos hospitais. Essas reuniões visam, sobretudo, melhorar a qualidade do atendimento e manter a sustentabilidade de todo o sistema”, esclarece o presidente da CASSEMS, Ricardo Ayache.
 
A Cassems conta com 73 unidades administrativas no Estado, 18 Centros Odontológicos, sete hospitais (o oitavo será inaugurado em junho) e oito centros médicos, onde os profissionais prestam atendimento ambulatorial. Os beneficiários também contam com uma ampla rede credenciada, que hoje totaliza 1.847 especialistas e mais de 2.200 profissionais de saúde, em todo o Estado. Para tratamento odontológico estão disponíveis 2.036 profissionais das seguintes áreas: endodontia, odontologia, odontopediatria, periodontia, perito odontológico, prótese dentaria e radiologia odontológica.
 
Outras conquistas foram a aquisição dos hospitais em Naviraí, Nova Andradina e Três Lagoas (este último, adquirido em parceria com a Unimed). Ainda no primeiro semestre deste ano, será inaugurado o Hospital de Coxim, que é a 8ª unidade da rede própria Caixa dos Servidores e atenderá 8 mil beneficiários da região norte.  Com 1800 m², contará com 20 leitos, duas salas de cirurgias, ambulatório, pronto atendimento e estrutura completa para realização de exames. No mesmo prédio também estarão localizados o Centro Odontológico e a regional da CASSEMS. A Caixa dos Servidores possui ainda oito Centros odontológicos, sendo seis no interior do Estado.
 
Mandar ao interior
 
“Há uma grande preocupação com a interiorização de nossos serviços, pois, grande parte dos profissionais de saúde se concentra na Capital, onde encontram mais atrativo e melhor suporte para uma boa prática médica. Por estes motivos temos investido na regionalização das nossas estruturas. Desde a fundação da CASSEMS em 2001, nós procuramos estabelecer uma relação muito transparente e ética com todos os nossos parceiros, tanto profissionais, quanto as empresas de saúde credenciadas a Caixa dos Servidores. Procuramos pagar religiosamente em dia, discutir abertamente todos os padrões de remuneração para que pudéssemos ter o padrão de qualidade atual, com excelentes profissionais, com os melhores hospitais, as melhores clínicas e, é isso que tem proporcionado a nossa qualidade assistencial”, finaliza Ayache.