Câmara de Corumbá acata denúncia e pode cassar mandato de Boxexa do Amaral

Mayara Sá

 

A Câmara Municipal de Corumbá recebeu denúncias de quebra do decoro parlamentar feitas pelo Ministério Público contra o vereador de primeiro mandato Boxexa Amaral (PHS), durante a sessão de ontem (10). O pedido foi acatado por unanimidade e o presidente da Casa, vereador Marcelo Iunes (PSD) anunciou os três membros da comissão processante, que foi formada por sorteio, após leitura do documento enviado pelo MP.

O vereador Boxexa Amaral se defendeu e disse que está havendo um equívoco do MP que tem dito várias coisas que são infundadas e não condizem com a realidade.

Conforme o regimento interno da Câmara, a comissão terá cinco dias para analisar as providências solicitadas pelo MP e o relator terá mais dez dias para apresentar o relatório. “Vamos votar o processo antes do recesso (que começa no dia 1º de julho)”, afirmou Marcelo Iunes. O vereador pode ser cassado.

Ainda segundo o presidente o vereador terá prazo para ampla defesa, com base no regimento interno. As denúncias contra o vereador do PHS foram formuladas pelos promotores Ana Rachel Borges de Figueiredo Nina, Luciano Anechini Lara Leite e Luciano Bordignon Conte. O vereador é acusado de abuso de autoridade, por invasão a um albergue “sem autorização ou justificativa”, e a cozinha de uma escola pública, e de crime de ameaça e incitação ao crime em ato onde estava presente o prefeito Paulo Duarte (PT).

O MP ainda aponta que o vereador vem liderando campanhas a favor da feirinha boliviana, fechada pela prefeitura por irregularidades, “sendo beneficiado diretamente da atuação parlamentar por ser um dos ocupantes ilegais do espaço público”. Também cita o fato de Boxexa do Amaral ter sido denunciado na Polícia Civil por ameaça a funcionária de uma farmácia, que registrou Boletim de Ocorrência.

A Comissão

A comissão processante será presidida pelo vereador Carlos Alberto Machado (PT), que terá como relator o vereador João Lucas Martins (PP). O terceiro membro sorteado é o vereador José Tadeu Vieira (PDT). Os vereadores Salatiel do Nascimento (PDT), Rogério Candia (PMDB) e Mohamad Abudallah (DEM) alegaram impedimento e não participaram do sorteio para formação da comissão processante.

Outro lado

Procurado pela reportagem, o vereador Boxexa Amaral se defendeu e disse que está havendo um equívoco do MP que tem dito várias coisas que são infundadas e não condizem com a realidade. “São denúncias vazias, que comprovarei que não tem nada a ver”, disse.

Segundo ele, a representação se trata de perseguição pessoal contra ele por ter denunciado que a Justiça Eleitoral de Corumbá se omitiu ao deixar de fiscalizar as prestações de contas de candidatos da última Campanha Eleitoral.

Boxexa afirmou que a medida é uma forma de tentar cerceá-lo e impedir que ele fiscalize os atos públicos do município, prerrogativa que lhe é conferida como vereador.