Brasil elogia eleições no Paraguai, mas evita abordar fim da suspensão de blocos

O governo do Brasil acompanhou atentamente as eleições presidenciais no Paraguai, mas aguarda que os líderes regionais analisem o processo como um todo para definir sobre o fim da suspensão temporária do país no Mercosul e na União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

 

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar da Silva Nunes, elogiou hoje (22) à Agência Brasil a forma como ocorreram ontem (21) as eleições no território paraguaio, mas destacou que não há um “automatismo” relativo ao fim da suspensão do Paraguai nos blocos.

 

“Foi uma demonstração inequívoca de civismo no Paraguai”, ressaltou o embaixador à Agência Brasil. “Isso enaltece a democracia do país”, acrescentou ele. “Mas não existe um automatismo [no que se refere ao fim da suspensão]. Vários elementos têm de ser considerados. É preciso observar vários elementos antes de definir pela reintegração. Os chefes de Estado analisaram tudo.”

 

As eleições ocorreram no momento em que o Paraguai está suspenso do Mercosul e da Unasul, pois os líderes dos dois blocos discordaram da forma como foi conduzido o processo de impeachment do então presidente Fernando Lugo, em junho de 2006.

 

O porta-voz disse ainda que a análise por parte dos líderes do Mercosul e da Unasul ainda não têm data para ocorrer. Em junho, haverá Cúpula do Mercosul sob o comando do Uruguai. A posse do presidente eleito do Paraguai ocorrerá apenas em agosto, embora as eleições tenham ocorrido ontem.

 

Porém, os presidentes Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai) e Juan Manuel Santos (Colômbia) enviaram mensagens de felicitações ao presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes. Os três presidentes indicaram que o fim da suspensão do Paraguai dos blocos regionais está próximo porque o país demonstrou ter respeitado as instituições democráticas, na forma como ocorreram as eleições ontem.