Atenção a patrícios em Murtinho emociona governo paraguaio

Edson Moraes

 

A governadora eleita do Alto Paraguay, região ocidental daquele país, Marlene Ocampos, do Partido Colorado, viveu momentos marcantes de emoção durante sua primeira visita oficial a Porto Murtinho nesta terça-feira, 9. Ao visitar o Hospital Oscar Ramires e conhecer detalhes de seu funcionamento, ela teve a oportunidade de conferir três procedimentos clínicos e cirúrgicos em pacientes paraguaios. Ficou comovida com a atenção e os cuidados dispensados pelos profissionais brasileiros e fez questão de registrar que, ao contrário dos últimos anos, hoje o sistema murtinhense de saúde pública mostra um cenário novo.

“Tenho hoje uma impressão muito melhor e mais humana do tratamento que é dado aos meus patrícios. Antes, as notícias davam conta da falta de assistência e das dificuldades que os paraguaios encontravam para receber atendimento no Brasil”, salientou. A governadora aproveitou para queixar-se das deficiências do setor de saúde no interior do Paraguay, reclamando das autoridades federais mais investimentos, sem os quais os povos da fronteira, como nas localidades do Alto Paraguay, ficam quase que totalmente dependentes da rede de atendimento nas cidades brasileiras fronteiriças.

COOPERAÇÃO – Marlene Ocampos, com dois deputados estaduais e assessores, foram recebidos pelo vice-prefeito José Gomes Malaquias Sobrinho e outras autoridades, entre as quais os vereadores Fabinho Santos, Carlos Heitor, Sérgio Luiz Bacha, secretários, gerentes e o pecuarista e ex-vice-prefeito Flávio Queiróz. O prefeito Heitor Miranda dos Santos estava viajando para tratamento de saúde. Mas o vice-prefeito relatou as ações que vêm sendo realizadas para fortalecer a cooperação na fronteira, citando iniciativas e projetos nas áreas de saúde, turismo, economia, logística e transporte. 

Nesse processo, Malaquias discorreu sobre a dinâmica das articulações entre a administração local e as autoridades públicas e sociedade civil de cidades paraguaias da região. O prefeito de Carmelo Peralta, Domingos Duarte, o Mingo, também ressaltou a preocupação de Heitor com a integração fronteiriça. “Desde que ele assumiu, olha para a nossa comunidade com muito carinho, especialmente no que diz respeito à assistência emergencial em saúde, mudando completamente o quadro que tínhamos no passado”, afirmou Mingo.

NECESSIDADES – Com posse marcada para 15 de agosto, a governadora eleita disse que vai levar ao conhecimento do novo presidente Horácio Cartes a situação da região, com uma radiografia sobre as necessidades mais prementes. “Precisamos caminhar juntos. Precisamos da ajuda dos brasileiros, porque o Alto Paraguai carece de infraestrutura de saúde e outras coisas”, pontuou. Para Marlene, a postura da administração murtinhense em relação ao drama dos paraguaios não tem preço. “Sinto até vergonha das autoridades do meu país que nunca olharam para a situação de penúria da nossa região e da nossa gente”, desabafou.

Marlene reiterou sua esperança no presidente Horacio Cartes. Ele tem um carinho muito grande por esta região e com a sua ajuda vamos trazer muita coisa para a população”, frisou. Antes de deixar a Prefeitura, falou ao telefone com Heitor Miranda, a quem agradeceu a acolhida dos murtinhenses e colocou-se à disposição para todas as parcerias possíveis em favor das comunidades locais. 

Na Câmara Municipal, a governadora foi recebida pelo presidente da Casa, Marco Andrei, e os vereadores Edicarlos Nascimento, Sirley Pàcheco, Sérgio Bacha, Carlos Heitor e Fabinho Santos. Voltou a agradecer a atenção dada aos seus conterrâneos e ainda assistiu uma apresentação do Projeto Orquestra de Violões, com jovens e adolescentes executando as verdadeiras polcas paraguaias. Ela afirmou que quer trabalhar por um intercâmbio cultural cada vez mais forte com os brasileiros.

Na visita ao Hospital Oscar Ramires a governador foi recebida e acompanhada pelos funcionários Kalenzania Brito, Cleide Capriata e o médico Dalton Portela. Com interesse, acompanhou o atendimento a diversas pessoas, entre elas os nativos de várias regiões paraguaias: crianças, indígenas e gestantes. A emoção mais intensa aconteceu quando viu o médico Dr Prieto atender alguns de seus compatriotas. Depois anunciou que pretende aperfeiçoar o sistema de cooperação bilateral e recebeu um relatório dos funcionários da saúde sobre a estatística dos atendimentos prestados este ano pelo hospital aos pacientes enviados pelo Paraguay.