A divulgação de novos vídeos dos dois dias de protestos de professores, no início desta semana no Rio, aumentou a polêmica em torno da atuação policial.
As denúncias de excesso da Polícia Militar levaram a corporação a determinar a suspensão da utilização de balas de borracha e a restrição de uso de gás lacrimogêneo e spray de pimenta por praças –policiais de patentes mais baixas.
Acusado no início da semana de forjar um flagrante de posse de morteiro contra um manifestante, na noite do dia 30, um policial identificado como major Pinto aparece em outras duas imagens polêmicas, ambas divulgadas pelo jornal “O Globo”.
Numa, ele aparece jogando spray de pimenta em professores na porta da Câmara dos Vereadores. Em outra, produzida pelo Coletivo Mariachi e datada de 12 de setembro, ele recebe voz de prisão por abuso de autoridade de uma estagiária de direito que atua como advogada voluntária nas manifestações.
O jornal “O Globo” também divulgou vídeo em que outro policial atira um objeto em manifestantes do telhado da Câmara, na última terça.
A polícia afirma que o objeto atirado é uma pedra. Manifestantes, contudo, disseram que era um bomba de efeito moral.
O policial, identificado como sendo do serviço reservado, não teve o nome revelado. Segundo a PM, ele foi afastado e terá cinco dias para apresentar sua versão.
Também ontem, um PM publicou em uma rede social uma foto segurando um cassetete quebrado. Na legenda, ele diz: “Foi mal fessor'”.
A PM informou que já identificou o policial, mas não divulgou seu nome.
Segundo nota da corporação, o policial tem 30 anos e está há cinco no Batalhão de Choque. Ele teria afirmado que não fez a postagem. A PM abriu inquérito.
Em boletim obtido pela Folha, a PM determinou que a munição de borracha não deve ser utilizada sob “nenhum pretexto” em protestos.
Segundo o documento, sprays de pimenta e bombas da gás lacrimogêneo só poderão ser utilizados por praças do Batalhão de Choque “mediante análise de sua capacidade de manuseio e se seu perfil comportamental”.