Anvisa aprova redução do limite de iodo adicionado ao sal

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira (16) resolução que reduz os limites de iodo adicionados no sal de consumo humano. De acordo com a agência reguladora, há indícios de que o consumo excessivo da substância possa aumentar os casos de tireoidite de Hashimoto, doença autoimune que tem entre seus principais sintomas fadiga crônica, cansaço fácil e ganho de peso.

A norma vigente fixa uma faixa entre 20 miligramas (mg) e 60 mg de iodo para cada quilo de sal. Com a nova resolução, a faixa de adição de iodo no sal permitida fica entre 15 mg e 45 mg. O tema entrou em consulta pública em 2011.

De acordo com a gerente geral de alimentos da Anvisa, Denise Rezende, cerca de 93% das marcas avaliadas pela agência cumprem a nova norma. Para José Agenor Álvares da Silva, relator do processo, a medida não vai ter impacto no sistema produtivo. A norma ainda vai ser publicada no Diário Oficial da União e trará o cronograma a ser cumprido pelos fabricantes.

Veja mitos e verdades sobre o sal

Produtos industrializados contêm mais sal e isso acontece porque o sódio é muito utilizado como conservante, estando presente em grande porcentagem em itens embutidos como apresuntado, salame e mortadela. De todo sal que consumimos, 75% vêm de produtos industrializados. Só para ter ideia, a OMS indica como consumo diário 2.000mg de sódio. Veja a quantidade que alguns alimentos possuem (sempre em porções de 100 g): macarrão instantâneo, 1.516 mg; queijo parmesão, 1.844 mg; azeitona preta em conserva, 1.567 mg; maionese industrializada, 787 mg; pão de queijo, 773 mg; sardinha em conserva, 666 mg; almôndega de carne bovina, 621 mg; batata chips, 607 mg; requeijão, 558 mg; biscoito recheado de morango ou chocolate, 230 mg. Por outro lado, uma porção de verduras ou frutas, que são alimentos naturais e não processados, tem menos de 10 mg de sódio.Letícia Moreira/Folhapress

Os limites de adição de iodo no sal recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ficam entre 20 mg e 40 mg para países em que a população consume uma média de 10 gramas de sal por dia. Dados do Ministério da Saúde indicam que o brasileiro consome 9,6 gramas de sal diariamente, mas o consumo total pode chegar a 12 gramas quando levado em consideração alimentos processados e consumidos fora de casa.

De acordo com a Anvisa, o processo de iodação do sal é uma medida adotada em todo o mundo com o objetivo de prevenir distúrbios por deficiência de iodo (DDI), que incluem retardo mental grave e irreversível e surdo-mudez em crianças, anomalias congênitas e bócio.