10º Regimento de Cavalaria Mecanizado completa 178 anos

Bela Vista (MS) – O 10º RC MEC – Regimento de Cavalaria Mecanizado Antonio João, comemorou na data dia (24) passado o seu 178º aniversário. Tradicional Organização Militar (OM) do Exército Brasileiro, o 10º R C Mec sediado na cidade de Bela Vista, MS, desde 10 de dezembro de 1906.

Participaram do evento o Comandante do 10º RC-MEC Coronel Claudio Carneiro Nardine, General Lima, Prefeita de Antonio João Marcia Marques, prefeito de BelaVista, Reinaldo Miranda Benites, Dr. Alexandre Estuqui Junior, vice-prefeito Gabriel Boccia e convidados.

A prefeita Marcia Marques afirmou “E um momento marcante, pois o regimento faz parte da historia da nossa cidade e de nosso Pais, e importante todas as homenagens ao Tenente Antonio Joao e a todos os militares que por aqui passaram”, disse a prefeita.
Criado com a denominação de Companhia de Cavalaria de Mato Grosso, em 22 de fevereiro de 1839, teve como sua primeira sede a cidade de Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso e sua principal finalidade era prover a segurança aos pequenos núcleos de povoamento originários das antigas pousadas dos bandeirantes e manter a posse da terra em expansão na época. Após varias mudanças de sede e denominações, chega a Bela Vista em 10 de dezembro de 1906 com a missão de guarnecer a Fronteira do Brasil.

Como parte das comemorações dos 178 anos, o comando do 10º RC Mec programou diversas atividades comemorativas de integração e valorização do público interno da Organização Militar. Foram disputadas competições de futebol e orientação, além de um jogo de pólo entre militares e civis da cidade de Bela Vista.

Encerrando as atividades comemorativas, na sexta (24/2), foi realizada uma Solenidade Militar com a finalidade de ressaltar e enaltecer os valores da Organização Militar durante este 178 anos de existência.

HISTÓRIA

O 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado originou-se da Companhia de Cavalaria de Mato Grosso, criada em 1839, com sede em Cuiabá. A ocupação da província do Mato Grosso foi lenta e, por vezes, verificaram-se incursões estrangeiras que entravam na área, particularmente ao sul. Isso determinou que a sede da unidade fosse mudada várias vezes, para atender à necessária presença militar nos sertões do então Mato Grosso, ao mesmo tempo em que mudavam as denominações das tropas de Cavalaria.

Fazendo alusão à data em que se comemora o aniversário da unidade, o comando relembra a figura de Antônio João Ribeiro, tenente comandante da Colônia Militar dos Dourados, subordinada ao então 1º Corpo de Cavalaria de Mato Grosso, cujo efetivo foi dizimado em 1864, durante a Guerra do Paraguai.

Antônio João, dois soldados e mais dois bravos colonos caíram mortos. Findava, desse modo, um feito de ousadia, coragem, disciplina militar e sacrifício em defesa da nacionalidade e do solo Pátrio.

Outro momento histórico vivido pela Unidade refere-se à atuação do 1º Corpo de Caçadores a Cavalo que, em 1866, uniu-se à coluna de 3000 homens organizada no Rio de Janeiro para opor-se às ações inimigas.

O capitão Pedro Rufino e seus cavalarianos (cerca de 300) uniram-se à coluna que, sob o comando do Cel Carlos Moraes Camisão, investiu sobre o Forte de Bella Vista e se dirigiram até a estância de Laguna (PY), local onde estariam prisioneiros brasileiros.

O regimento também esteve presente na Retirada da Laguna, um dos episódios mais sangrentos da Guerra da Tríplice Aliança. Nessa epopéia, mais de 2.500 soldados brasileiros perderam suas vidas fulminados pelo cólera e a fome.

Em 1906, depois de passar por Cuiabá, Nioaque, Miranda, Cáceres, o Regimento chega à cidade de Bela Vista, com a denominação de 7º Regimento de Cavalaria Ligeira.

Como homenagem do Exército, a 30 de dezembro de 1938 foi consagrado o tenente Antônio João como patrono do então 10º Regimento de Cavalaria Independente.

Com a crescente modernização e a moto mecanização dos meios, em 1985 o Regimento recebeu sua denominação atual de 10º Regimento de Cavalaria Mecanizada.

Ao longo destes 178 anos de história, dos quais 111 em Bela Vista, O Regimento estreitou laços de amizade com a população brasileira e paraguaia, prestando apoio em diversas ocasiões, contribuindo para o desenvolvimento da Região, fazendo-se presente no patrulhamento da fronteira, em situações de calamidade pública, na garantia da lei e da ordem. O Regimento Antônio João é a sentinela incansável da fronteira.

 

 

Ademir Mendonça- Fronteira News